segunda-feira, 30 de abril de 2007

O que se passou?

Depois de uma série de actuações categóricas, depois de ontem iniciar o jogo de uma forma que auspiciava um desfecho positivo, o Sporting encolheu-se. Quim perdia, compreensivelmente, tempo a repor a bola, e Ricardo, surpreendentemente, logo lhe seguiu o exemplo. Ambas as equipas pareceram satisfeitas ou conformadas com o resultado.
Pareceu-me absolutamente notório que o Sporting não quis ir mais longe... Pareceu-me que havia uma batuta invisivel a travar a actuação da equipa.
A pergunta que me ocorre, pois, é esta: o que levou então o Sporting a "desistir"? Realismo? Ingenuidade? Falta de ambição? Conformismo? Alguma perversa lógica externa?
Ontem, de qualquer forma, perdemos uma excelente ocasião para demonstrar, inequivocamente, que o espírito do Sporting Clube de Portugal não secou...

11 comentários:

  1. Já se esqueceu? Faltou não ter pressão, quando há riscos de perder, a incapacidade de aguentar a pressão de jogar para ganhar nota-se ainda mais. E mais uma vez o Carlos Martins não faz falta nenhuma...

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  2. É verdade que a equipa se satisfez com o 2.º lugar, em vez de ir tentar ficar a um ponto do primeiro. Penso que este é o pragmatismo do Paulo Bento: mais vale um pássaro na mão do que dois a voar.
    Nós, adeptos, ficamos descontentes, pois viu-se que com mais uma aceleradela as pelas dos passarocos se espalhariam pelo relvado.
    Mas dou o benefício da dúvida ao PB; é ele quem está dia a dia com os jogadores e que pode apreciar se eles têm potencial para mais, nos momentos concretos. E a avaliação tem sido boa, de um modo geral.
    Agora acho graça aos adeptos que nos períodos em que as coisas correm mal dizem que com a equipa que temos não há hipóteses nenhumas e que a ambição só pode ser para nos distrair do único objectivo possível (a Taça). Quando as coisas começam a correr melhor, afinal já não se conformam com a luta por objectivos secundários (mas importantes - o segundo lugar, neste caso) e exigem que nos batamos pelo título.

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  3. Ó Raul, tu o dizes: "com a equipa que temos não há hipóteses nenhumas"! E eu faço minhas as tuas palavras.
    Trata-se de uma verdade que está absolutamente provada!
    Por avaliação do treinador, por incalacidade dos jogadores, ou por outro qualquer motivo que me escapa (mas que me cheira que pode ter existido...), a verdade é que a equipa tinha uma oportunidade de mostrar que esses adeptos, como dizes, estavam errados e não o fez.
    Não faz mal. Temos sempre a Taça...
    A menos que... A menos que o Belenenses não queira entrar na brincadeira e nos estrague mesmo a época toda!
    Oxalá que não. Ia ser péssimo para toda a gente... ui! ui!
    Então confessa lá: chegam-te os objectivos secundários ou tu no fundo também querias ir mais longe...? :-)
    Ou então, diz-me lá: qual é afinal o nosso campeonato?! É mesmo o da primeira divisão ou, como eu dizia aqui há uns tempos, andamos a competir sempre para sermos o primeiro dos segundos?
    Estou só a perguntar...

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  4. Bem, o que se passou é que o Sporting jogou com o Benfica na Luz, o que é muito mais difícil que jogar com o Marítimo e com a Naval em Alvalade. Logicamente que as exibições que o Sporting vinha fazendo, para este jogo não contavam para nada. Quanto a mim, o Sporting não conseguiu vencer porque não fez o segundo golo no período da primeira parte em que dominou o jogo. E não o fez porque nos falta qualidade na frente de ataque. O Liedson é um fora de série, mas não chega para tudo. Dos três grandes, o Sporting é quem tem menos golos marcados. E depois porque não temos jogadores possantes no meio-campo que pudessem anular o Petit e o Karagounis. Quando o Benfica "mandou" no jogo, tendo o controlo do meio-campo, passámos um mau bocado. O Miguel Veloso nestes jogos, precisa ali de ajuda porque não podemos ter inferioridade numérica naquela zona.

    Há que aceitar que o Sporting não teve futebol para vencer. Quando o Nani e o João Moutinho fazem um jogo desastrado como o de ontem, o que se há-de inventar? É o preço por apostar na prata da casa. Ninguém agora vai querer pôr os miúdos na prateleira pois não? É por isso que é muito importante reforçar bem a equipa para a próxima época. E para que isso aconteça, pelo menos o 2º lugar é fundamental, para que para o ano o Sporting tenha mais soluções, e consequentemente seja mais regular. Em relação ao mais, o Sporting não tem escolha se não vencer os seus jogos, porque ainda pode cair para o 3º lugar. O título há muito que deixou de depender de nós. Em condições normais a questão já estaria arrumada, não fosse este Porto uma anedota. Se perder o campeonato, o Sporting não o terá perdido por causa do empate na Luz de certeza, portanto não vale a pena autoflagelarmo-nos por causa do empate de ontem. Temos é de ganhar a Taça, porque o Sporting há quatro anos que não ganha nada, e ir à Liga dos Campeões. Se o título nos cair do "céu", por GRANDE demérito do Porto (seria o maior barraca de sempre do futebol português), tanto melhor. Eu já não digo nada. Nunca pensei que os tripeiros perdessem com o Boavista, portanto...

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  5. Essa é também, de certa forma, a análise (esperança) do Raul. Que solidifiquemos o 2o lugar porque assim, com o encaixe garantido, já poderemos melhorar os os aspectos que têm corrido menos bem (se bem interpreto o vosso pensamento).
    O problema, caríssimos, é que o défice de 200 e tal milhões não vai ser reduzido tão cedo, o tal serviço da dívida diminui de forma quase imperceptível e qualquer receita adicional, longe de nos ir tirar do atoleiro ou de servir para melhorar a nossa prestação, vai ser devorada nos pagamentos aos credores e aí recomeça o ciclo infernal.
    Assim, nunca mais saímos daqui. Nem com este Fergunson, nem com mudanças mensais de treinador, nem com prata da casa, nem ouro do Reno, nem madeiras preciosas...
    É isto, ISTO!, esta lógica que precisa de ser invertida! Quem ganha com o que se passa neste momento são apenas os bancos que nunca mais vêem a torneira fechar-se. A passagem pela Champions nunca terá qualquer significado enquanto isto não mudar. A ida à Champions não é uma solução para nada.
    E deveria ser apenas a cereja, não o bolo...

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  6. Pedindo desde já desculpa pela auto-citação (aliás peço desculpa por todas as minhas auto-citações, fica o assunto arrumado...!) eu pedia àqueles que não estão ainda convencidos que o jogo do Sporting de ontem foi um desastre, quem sabe se "calculado", que voltassem a ler este meu post de há algum tempo. Eu reli-o. Leiam-no todo, mas eu sublinho desde já, entre outras coisas, o seguinte:
    "Ao Sporting hoje falta ambição e coragem. Os destinos do Clube situam-se algures em território que ninguém de facto conhece. O modelo vigente de gestão é um enorme fiasco. Tudo o que se anuncia projectado para o Clube não passa, ou de um logro, ou de uma assunção velada de impotência, ou de actos de mero oportunismo. Os resultados estão à vista. Quem é capaz de desmentir?"
    Continuo a fazer a pergunta e à espera que os críticos ou os factos me desmintam...
    Aliás, retifico: não estou à espera. Gostava sinceramente, em nome do Sporting e do meu sportinguismo que isto fosse mentira!!

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  7. "Quem ganha com o que se passa neste momento são apenas os bancos que nunca mais vêem a torneira fechar-se."

    É verdade que a actuação da actual direcção tem sido fazer o que interessa à banca. Aliás, a falta de trabalho nas outras vertentes, nomeadamente a ausência de uma estratégia de crescimento para o Sporting, já começa a ser criticada até por sócios que apoiaram a actual direcção. Essas críticas já aparecem em blogues de sportinguistas apoiantes do "projecto".

    O que Soares Franco tem dito é que primeiro quer resolver os maiores problemas financeiros, reduzindo o peso dos juros à banca, através da venda do património não desportivo, da venda de acções da SAD e recebendo o dinheiro da MDC, para de seguida ter condições para empreender uma política de crescimento. Vamos ver.

    O que é certo é que, enquanto não se diminuir o peso da dívida à banca, o Sporting não será verdadeiramente dos sócios, até porque será menor o número de sócios com possibilidades de se candidatarem à presidência, e por isso estaremos "presos" à oligarquia. Sendo assim, não sou contra a política de pagar à banca para reduzir o peso dos juros, até porque se trata de recuperar a "soberania" do Sporting. A questão é como é que isso é feito. Mas não haja dúvidas que se queremos que surjam alternativas de poder para o nosso clube, é crucial que os bancos venham a ter menos poder sobre o Sporting. E isso só se consegue cumprindo os pagamentos para que deixemos de ter a corda na garganta. Talvez esse venha a ser o único legado do Soares Franco e já não seria mau. Tenho de reconhecer que ele pegou numa OPCA falida, nomeado pelo BES, e hoje essa empresa está irrecunhecível. A OPCA, de falida passou a compradora, tendo adquirido a Sopol, e a Sarrión em Espanha. Nunca esperei que o Pipinho se safasse desta. Se ele conseguir dar a volta ao Sporting como deu à OPCA, terei de engolir um enorme "sapo", mas até me saberá bem...

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  8. Esperemos que o sapo não seja engolido tarde demais...

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  9. Gostei deste blog! Parabens! Convido toda a gente a visitar e, se possível, a divulgar o meu:
    WWW.ROLA-BOLA.BLOGSPOT.COM (blog com entrevistas, estatísticas, dados históricos)
    Todas as cores são bem-vindas, espero que se torne um leitor assíduo!
    Um abraço

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  10. Obrigado Pedro Barata. O blog fica referenciado.

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  11. «Agora acho graça aos adeptos que nos períodos em que as coisas correm mal dizem que com a equipa que temos não há hipóteses nenhumas e que a ambição só pode ser para nos distrair do único objectivo possível (a Taça). Quando as coisas começam a correr melhor, afinal já não se conformam com a luta por objectivos secundários (mas importantes - o segundo lugar, neste caso) e exigem que nos batamos pelo título.»
    Raúl, se essa foi comigo, foi mal: sempre quero que o SCP jogue para primeiro, nunca embalei foi em cantigas de pré-época. E mantenho: a Taça é a nossa única real chance de vencer algo este ano. Ou não é? Releia o que tenho comentado e diga-me lá qual é a minha contradição ou mudança de opinião.

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