segunda-feira, 13 de março de 2006

ELEIÇÕES JÁ! (2)

O anterior post com o mesmo título foi escrito antes de lida a entrevista de Dias da Cunha ao Record.
As declarações de Dias da Cunha nessa entrevista vêm transtornar o meu anterior raciocínio sobre a necessidade de alienação do património não desportivo (APND) e reforçar os contornos da posição a tomar na AG de 17.
É que a minha anterior convicção da necessidade da APND se baseava na veracidade dos elementos fornecidos por FSF e sua Direcção, o que DC vem agora pôr completamente em causa.
Já não tenho a certeza da bondade da solução da APND, pois não sei em quem acreditar. A ver se até lá e lá, conseguimos todos aproximar-nos mais da verdade. Pelo menos para isso esperemos que a AG venha a servir!...
De um modo geral, o que DC diz é que FSF pinta a situação a tons de negro (desmarcando-se, obviamente, de responsabilidades suas e atirando-as para cima das costas das Direcções anteriores) para convencer os sócios de que a situação é tão má que não há nada a fazer senão alienar. E DC dá exemplos de aspectos que revelam alguma saúde financeira:
quando chegou à presidência "o Sporting tinha 1,3 milhões de euros de patrocínios anuais. Hoje tem 9 milhões";
as receitas relacionadas com o estádio triplicaram: "Passaram de 4 milhões para 12 milhões!";
"No exercício do final do primeiro trimestre, em Setembro, tivemos 4 milhões de euros de resultados positivos o que comparável com o período homólogo do ano anterior registava uma melhoria de 2 milhões de euros";
"O que dá garantias aos bancos não é o património, é o negócio", conclui.
Diz ainda que a Câmara de Lisboa vai chumbar a alienação, com base no pressuposto de que "a CML autorizou que o Sporting construísse mais do que aquilo que estava projectado no Plano Director Municipal por uma simples razão: por se tratar de um projecto de uma instituição de utilidade desportiva. Essa decisão teve de ser aprovada em assembleia de câmara, assumindo-se que não se tratava de um negócio de uma imobiliária. Porque se assim fosse, seguramente não autorizava. Tudo isso está protocolado e certamente no devido momento será denunciado".
Vale a pena ler na totalidade.
O que concluo é que um dos 2 está a mentir sobre a situação real do clube. E se quem mente é a actual Direcção isso é gravíssimo, porque abona a favor daqueles que acusam este negócio de ter como objectivo interesses imobiliários alheios ao Sporting.
Finalmente, DC diz que vai à AG e que aí apresentará um proposta.
Reflictamos, então, acerca da seguinte, plausível, hipótese:
DC apresenta a sua proposta e ela ganha.
Não vendo a sua proposta aprovada, e admitindo que mantém a palavra dada (quanto a isto DC diz de FSF que "ele já deu uma pirueta, por que razão não há-de dar outra?"), FSF demite-se e provoca eleições antecipadas.
Quem me diz que nestas não é eleita uma Direcção cuja estratégia não coincide com a proposta de DC (este diz que não é candidato, mas também não diz que não se vai candidatar).
É que por esta metodologia se estão a definir linhas estratégicas num processo separado de quem as porá em prática, o que é manifestamente errado e pode dar em trapalhada; com as voltas que a vida dá, não coincidindo os tempos das duas escolhas, pode muito bem vir a ser eleita uma Direcção que tenha um programa não coincidente com os que agora nos irão ser postos à consideração.
Tudo isto vem reforçar a ideia de que aquilo por que nos devemos bater é pelo processo correcto de fazer as coisas: eleições antecipadas, quem tem projectos a apresentar que os apresente, os sócios votam, escolhendo um projecto ao mesmo tempo que escolhem quem o propõe para o ponha em prática.
Por uma nova Direcção de sportinguistas competentes e com projecto credível.
ELEIÇÕES JÁ!

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