Aproveitando o ensejo proporcionado pelo post de Master Lizard, venho também dizer a minha opinião sobre as recentes declarações de Paulo Bento (PB), em resposta a José Peseiro (JP).
A questão tem uma parte de circunstancial e outra que merece reflexão mais aprofundada. A primeira tem que ver com a oportunidade e a justeza das declarações; a questão de fundo tem que ver com o papel do treinador
Vou abordar, para já, apenas a primeira.
JP tem-se desdobrado em entrevistas desde que regressou da Arábia Saudita e, por mais do que uma vez, já referiu que o Sporting do seu tempo dava mais espectáculo do que o de Paulo Bento. Este podia fazer uma de duas coisas: ou se calava, ou respondia. Há um exercício que convém fazer nestas ocasiões: perguntarmos a nós mesmos o que faríamos nas circunstâncias em apreço. Acho que dificilmente alguém ficaria calado. E, se ficasse, ele que pretende passar uma imagem de firmeza (não hesitando em castigar jogadores, por mais importantes que estes sejam no desempenho da equipa, assim mantendo a disciplina no balneário, precisamente o aspecto em que Peseiro falhou), arriscava-se a ser acusado de cobardia. É um daqueles casos em que se aplica o ditado, preso por ter cão, preso por não o ter…
Primeiro ponto: acho que ele fez muito bem em responder.
Agora vejamos se o teor da resposta foi justo e correcto. Para tanto vejamos o que PB disse:
«Essa questão do espectáculo é uma questão que já começou há muito tempo, começou em Janeiro de 2006. A minha função é treinar o Sporting e a minha profissão é de treinador, não é de comentador. No dia em que deixar esta cadeira, a primeira coisa em que me vou preocupar é não cuspir no prato onde comi. Isso não vou fazer. Não tenho necessidade, não faz parte da minha forma de estar, não faz parte das minhas intenções ser comentador e passar todos os dias na imprensa e nas televisões. A única coisa que faltou esta semana foi, no “Tempo-extra”, fazer o programa com o Rui Santos. De resto foi a semana toda. Isso incomoda-me pouco, sei quais são as intenções, mas isso incomoda-me muito pouco. Um dia explico essas coisas do ambiente, mas não vou comentar agora. Tenho algumas histórias para contar e ele também. Não comento neste momento, mas mais tarde irei fazê-lo seguramente. Estou a proteger o Sporting, não estou a evidenciá-lo».
Antes de comentar, tenho de referir que defendi encarniçadamente Peseiro até à altura em que tive de reconhecer que a posição dele – face ao desagregar do balneário (com os casos de indisciplina a sucederem-se) e aos sucessivos maus resultados – era insustentável.
No caso presente, como sportinguista, não posso deixar de ser atingido pelas declarações de JP. E o que eu sinto é exactamente o que PB transmitiu: o gajo está, como certos cães, a morder a mão que lhe deu de comer. Ao dizer mal do futebol actualmente praticado pela equipa em comparação com o do seu tempo, JP está a entrar-me em casa. Teve o seu tempo, tenha fair-play, cale-se!
As palavras de PB podiam ser outras, podia ter falado menos (não precisava de falar no tempo extra) e muito menos em que tem coisas a dizer e que não as diz agora. Sendo embora bom que não as diga agora, por defesa do grupo de trabalho, o que faria sentido era que as venha a dizer em tempo oportuno, não tocando agora no assunto. E a resposta denota que, ao contrário do que diz, o assunto o incomoda mesmo muito. Mas isto são questões secundárias.
Em defesa da coesão do grupo de trabalho (ou, como ele diz, para “proteger o Sporting”), que me desculpem aqueles de quem discordo, Paulo Bento, treinador do meu clube, o Sporting, fez muito bem em falar.
O problema é que começa a ser difícil distinguir o futebol com demasiados passes do tempo do Peseiro do futebol sem eficácia do PB. E assemelham-se pelo menos nisto: nos momentos decisivos, falham.
ResponderEliminarE tanto um como outro, sempre com a boca cheia de jovens. Pois os jovens não devems er lanlados todos ao mesmo tempo, sem ter quem os enquadre, caso contrário é como com o paços: 4 jovens no meio campo ao memso tempo, um meio cmapo experiente inteieor sentado no banco, e nunca controlámos o jogo. Misturar jovens (rodando-os)com mais experientes (rodando-os),como faz o Ajax dá títulos e lança os jovens. Assim, perdem-se competições e queimam-se jovens. Claro,d epois vendidos por valores abaixo do valor deles como se se fizesse grandes negócios, apra depois voltarem para o porto e o benfica que, mais tarde, depois de ganharem títulos com eles, muito dinheiro vão receber...
e aqui no Sporting quem é que pode enquadrar os jovens? Romagnoli? Paredes? Farnerud?
ResponderEliminarNão! As contratações da época -foram uma miséria (resta saber se, como alguns insinuam, não houve negócios alheios ao interesse do Sporting); depois, a direcção, em obediência ao BES, não contratou em Janeiro.
Com as suas qualidades e defeitos, só ficaram mesmo os jovens.